A TRANQUILIDADE DO MAR

“As ondas turvas eram constantes, vindo em minha direção. Como se minha vida realizasse uma obsessão. Aonde eu fosse lá estavam elas me fazendo ouvi-las. E quando eu me fiz indiferente, o mar se fez de um espelho tranquilo, quase sem vida. E minhas noites que antes tinham o som das ondas batendo nas pedras, deram lugar ao silêncio da solidão. Acho que sinto saudade, de todas aquelas perseguições, embora parecessem intensas e arriscadas, sentia que fazia diferença para mais alguém, que não era apenas mais uma alma caminhando sob a areia. Às vezes, a paz é tão grande que, sinto que tudo foi para muito longe. As ondas levaram as emoções, e as únicas que existem, sem que eu perceba, deixam os meus olhos.”

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